“Tinha
um amigo que era meu parceiro mesmo, pra tudo a gente tava junto conversando,
dividindo tudo e a gente gostava muito de curtir a vida. Ele perdeu a vida em um
acidente de moto faz 6 meses quando dava o grau na moto e um carro bateu nele, sofri
na época e eu não consigo pensar nele sem sofrer muito porque dizem que
procuramos isso. Ele era bom, todo mundo gostava dele e fico pensando porque
Deus permitiu isso e como posso superar isso também.”
Antes
de tudo, obrigado pelo contato e pela confiança. Para facilitar nossa conversa
eu te chamarei de Carlos, ok?
Carlos,
a coisa mais importante que não podemos esquecer aqui é que nada vai tirar a
importância do seu amigo na sua vida, tudo que vocês viveram e sentiram: nenhum
julgamento das pessoas é capaz disso; e o fato de você não ter vergonha de
assumir esse sentimento verdadeiro de amizade, sem reservas, é o que nos faz
perceber o quanto as pessoas podem fazer a diferença nas nossas vidas.
Temos
o controle sobre determinados momentos, outros não. Tentamos controlar
sentimentos, muitas vezes sem sucesso. Ninguém quer sofrer, mas “Quando o
sofrimento bater a sua porta” (ótimo livro de Pe. Fábio de Melo, por sinal) é
necessário permiti-lo para depois conseguir superá-lo. Assumindo que estamos
sofrendo é a base para vencermos esta barreira, diferente de quando fingirmos
estar bem e continuamos fingindo toda uma vida.
Temos
que ter cuidado com aquilo que acreditamos que “Deus permitiu”. Todos nós
estamos sujeitos aquilo que é humano: doenças, acidentes, sofrimentos, etc. Da
mesma forma estamos sujeitos às consequências de nossos atos (livre arbítrio).
Vi que “dar o grau” é uma modalidade motociclistica reconhecida mundialmente chamada
wheeling, que consiste em empinar a moto em alta ou baixa velocidade. Até aí
beleza, mas pensando nos outros, será que quem “dá o grau” pratica em local
adequado, utiliza os equipamentos de segurança, toma as devidas preucações em
manutenção, se preocupa com as outras pessoas próximas? Aí você diz: será que eu vim aqui pra um
desconhecido vir dar lição de moral? NÃO. De forma alguma. O fato é que tudo
acontece por um motivo.
Já
pensou que tudo isso foi uma forma extrema de dizer: CARLOS (e pense aqui os muitos
Carlos que estão em uma mesma situação), se cuida; ou então, CARLOS, não cometa
o mesmo erro.
Quando
você se cuida, você acaba cuidando de todos que estão a sua volta. Quando você
sofre, seus amigos sofrem, sua família sofre e tudo vira um mar de sentimentos
incontroláveis, porém, eles também compartilham perfeitamente de sua felicidade
quando esta acontece.
Não
culpe Deus por ter permitido que isso tenha acontecido, pois somos humanos e a
bondade nunca foi um escudo protetor que evita todos os males, mas quando somos
bons temos o apoio de todas as pessoas cuja nossa bondade foi capaz de
alcançar.
Outra
coisa que podemos pensar é: a forma que tudo aconteceu me deixa um aprendizado.
Qual foi ele? (lembrando que o aprendizado só nos serve quando colcocamos em
prática, caso contrário não nos adianta muita coisa).
Por
fim, para superar tudo isso é necessário fazer com que a memória de seu amigo
seja lembrada não como algo ruim, mas ter a certeza de que o que ele plantou em
sua vida será base para muitas coisas que ainda estão por vir; honrar sua
partida mostrando que sua mensagem foi recebida e posta em prática; e acima de
tudo isso, perceber que Deus pode nos dá a chance de recomeçar, e quando temos
esta oportunidade é o que de melhor podemos fazer, porque muitos não têm.
Dê
sua opinião. Construa essa bula conosco.
Por
Herbert Monteiro
Foto:
Google Imagens
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